É relacionado à luta de mulheres trabalhadoras o fato histórico que está na origem do 8 de março, como Dia Internacional da Mulher. O que marcou esse dia foi um episódio trágico da morte de operárias norte-americanas, em 1857, vítimas de repressão brutal, quando reivindicavam condições dignas de trabalho. Em 1910, no Congresso das Mulheres Socialistas, esse dia foi promulgado como o Dia Internacional da Mulher. Relembrar essa origem nos impulsiona a tomar a questão do trabalho das mulheres como um ponto central do debate político sobre a política pública no país. Em uma de nossas aulas, durante um seminário, essa foi a grande discussão e acho válido escrever sobre o assunto.
Percorrendo a história da revolução industrial, vamos encontrar, desde o seu início, a presença das trabalhadoras assalariadas. Vale ressaltar que a mão-de-obra feminina foi numerosa e fundamental no desenvolvimento da indústria têxtil, a qual esteve no centro desse processo de transformação. Se olharmos a história do Brasil com olhos que buscam as mulheres trabalhadoras, iremos também encontrar, entre outras trabalhadoras, as mulheres negras que trabalharam nas casas-grande, como amas e criadas, sujeitas, muitas vezes, à violência física e sexual. Apesar disto, podemos perceber uma persistente negação histórica em considerar as mulheres como parte da classe trabalhadora, ontem e hoje.
O século passado viu as mulheres empreenderem verdadeira revolução de gênero em quase todos os aspectos da vida em sociedade. Na economia produtiva, não foi diferente. Mas ainda hoje, mesmo trabalhando cada vez mais e ocupando cargos em altos e baixos escalões dos diversos mercados, batalhas ainda precisam ser travadas. Mas agora com uma fundamental mudança de perspectiva: no século XXI, as mulheres tiram a igualdade do discurso e clamam por respeito. Tanto às suas habilidades e potencialidades, quanto às suas particularidades e necessidades específicas.
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