sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Auto Reflexão sobre a trajetória até aqui!!

Começo minha reflexão pelo portfólio, acredito que o objetivo dele seria de  documentar ações e reflexões sobre os conteúdos vistos em aula. Com ele podemos expor nossas opiniões referente as discussões em aula, ajudando muitas vezes aqueles que são mais tímidos, que não argumentam em aula, a poderem dar seus pontos de vistas através do portfólio. Tendo em vista isso, creio que esse objetivo foi atingido.
Considero que o meu portfólio está organizado, por ordem de semanas de aula, e que tem as reflexões que nos foram pedidos ao longo do semestre.
Relativamente à disciplina, no inicio do ano, não me senti por ela motivada, por se tratar de assuntos que até então não atraiam meu interesse, mas com o tempo vim a alterar a minha motivação, devido a grande diversidade das aulas, as vezes com grandes palestras e com seminários onde podia-se realizar uma grande discussão, o que originou um empenho maior da minha parte. 
Por fim, apreciei a disciplina e só tenho a parabenizar você professora Fernanda, por nos dar tanta liberdade e deixar expormos nossas opiniões de acordo com o que pensamos, algo que deveria ser tão normal em sala de aula mas que, infelizmente, não é tão comum. Quero terminar deixando uma mensagem para esse novo ano que começa e que sempre nos dá aquele sentimento de esperança, que as coisas podem melhor e que a mudança só depende de nós mesmos.
 
Feliz Natal e um Próspero Ano Novo Pessoaaal! Foi um prazer...

EA OCUPADA


Só venho comunicar que a escola de administração da UFRGS está ocupada, não vou levantar bandeira alguma aqui, visto que este espaço é para apenas refletir sobre o que é visto em sala de aula... Tendo em vista a ocupação as aulas estão suspensas, sem previsão para retorno... Abaixo deixo minha contribuição para que esta postagem realmente valha a pena!!!


11° Semana - Ergologia

Segundo o dicionário Ergologia é uma disciplina de pensamento que busca convocar, para o estudo de situações de trabalho, disciplinas diversas e os saberes que emergem dos trabalhadores . É uma abordagem pluridisciplinar que mobiliza as áreas de Economia, Ergonomia, Psicologia, Linguística, Filosofia, Sociologia e Direito para analisar o universo do trabalho.
A Ergologia, assim denominada a partir dos anos 1990 e apresentada como “[...] um projeto de melhor conhecer e, sobretudo, de melhor intervir sobre as situações de trabalho para transformá-las” (SCHWARTZ, 2010d, p. 37), tem suas origens atreladas a estudos pluridisciplinares a respeito de situações de trabalho em fins de 1970 e início de 1980 na França, e é fruto de experimentações e debates entre profissionais do conceito e protagonistas da atividade de trabalho.
Durrive e Jacques (2010, p. 295) explicam que o prefixo “ergo” origina-se de uma palavra grega que significa “ação, trabalho, obra”, apontando para a energia e vitalidade do trabalhador. Na Ergologia, portanto, a análise é feita tanto quanto possível “do ponto de vista daquele que trabalha” e se constitui no intuito de investigar o permanente debate de normas e de valores que renovam indefinidamente a atividade humana, concentrando-se sobre a relação que a pessoa estabelece com o meio no qual está engajada (SCHWARTZ, DUC e DURRIVE, 2010d), tendo como intuito “[...] abrir ao máximo o ângulo sobre todas as dimensões da atividade (matriz do viver), ao mesmo tempo analisando-a à lupa” (ATHAYDE e BRITO, 2011, p. 258). A Ergologia não é uma disciplina no sentido de um novo domínio do saber mas, principalmente, um conteúdo de pensamento. Esse foi o assunto apresentado na nossa 11° semana de aula, pelo professor Fábio abordou o assunto de forma descontraída para a turma. 

10° Semana - IV CBEO - Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais.


Pessoal, está semana não tivemos aula, porém é com muito gosto que venho fazer uma postagem sobre o congresso em que tive a oportunidade de participar. Não houve aula em razão deste congresso estar sendo realizado na Escola de Administração, porém a semana foi de muito aprendizado.
A Sociedade Brasileira de Estudos Organizacionais foi fundada em 21 de maio de 2012, sendo constituída por pesquisadores individuais. Sendo voltada a uma temática que se caracteriza por ser trans, inter e multidisciplinar, a Sociedade tem o objetivo de congregar pesquisadores dos diversos ramos da ciência, como Administração, Ciência Política, Direito, Economia, Psicologia, Serviço Social, Sociologia, entre outros, interessados em estudar as organizações em suas diversas formas e dimensões. Sendo através dessa sociedade que os congressos são organizados. Eu fui monitora, auxiliando os participantes no que eles precisassem. Tive a oportunidade de conhecer pessoas de vários estados do nosso país, que vieram para o congresso participar de eventos, cursos e mesas temáticas. Só tenho a dizer que foi uma experiencia ímpar, e que estou de olho em onde será o próximo CBEO!!!

9° Semana - Psicossociologia

Nessa semana trabalhamos o conceito de psicossociologia em sala de aula, segue uma breve explicação sobre o conteúdo estudado. A psicossociologia francesa, ramo da psicologia social de inspiração psicanalítica, enfoca grupos, organizações e comunidades em situações do dia-a-dia, numa perspectiva de análise e intervenção a partir de uma abordagem clínica. Seu objetivo é analisar as dimensões psíquicas, sociais e políticas pelas quais indivíduos e grupos se posicionam nas micropolíticas da vida cotidiana, nos movimentos sociais, nas organizações e nas instituições, e, a partir dessa análise, construir propostas concretas de intervenção, com vistas a ações transformadoras das relações institucionais, comunitárias e interpessoais.
A psicossociologia do trabalho não pode ser uma psicossociologia aplicada à cena do trabalho entendido somente como um segmento da vida social. Ela implica uma reavaliação do quadro teórico e metodológico da psicossociologia, na óptica dos conceitos de atividade, ação e práxis. Para isso, no entanto, ela não se propõe a romper com os antecedentes da psicossociologia, mas sim a revisitá-los, a fim de desenvolvê-los.

8° Semana - Mercado de Trabalho: ainda uma questão de gênero??

É relacionado à luta de mulheres trabalhadoras o fato histórico que está na origem do 8 de março, como Dia Internacional da Mulher. O que marcou esse dia foi um episódio trágico da morte de operárias norte-americanas, em 1857, vítimas de repressão brutal, quando reivindicavam condições dignas de trabalho. Em 1910, no Congresso das Mulheres Socialistas, esse dia foi promulgado como o Dia Internacional da Mulher. Relembrar essa origem nos impulsiona a tomar a questão do trabalho das mulheres como um ponto central do debate político sobre a política pública no país. Em uma de nossas aulas, durante um seminário, essa foi a grande discussão e acho válido escrever sobre o assunto.
Percorrendo a história da revolução industrial, vamos encontrar, desde o seu início, a presença das trabalhadoras assalariadas. Vale ressaltar que a mão-de-obra feminina foi numerosa e fundamental no desenvolvimento da indústria têxtil, a qual esteve no centro desse processo de transformação. Se olharmos a história do Brasil com olhos que buscam as mulheres trabalhadoras, iremos também encontrar, entre outras trabalhadoras, as mulheres negras que trabalharam nas casas-grande, como amas e criadas, sujeitas, muitas vezes, à violência física e sexual. Apesar disto, podemos perceber uma persistente negação histórica em considerar as mulheres como parte da classe trabalhadora, ontem e hoje. 
O século passado viu as mulheres empreenderem verdadeira revolução de gênero em quase todos os aspectos da vida em sociedade. Na economia produtiva, não foi diferente. Mas ainda hoje, mesmo trabalhando cada vez mais e ocupando cargos em altos e baixos escalões dos diversos mercados, batalhas ainda precisam ser travadas. Mas agora com uma fundamental mudança de perspectiva: no século XXI, as mulheres tiram a igualdade do discurso e clamam por respeito. Tanto às suas habilidades e potencialidades, quanto às suas particularidades e necessidades específicas.


7° Semana - Palestra "Sofrimento no Trabalho"


A psicodinâmica do trabalho investiga a saúde no trabalho e analisa o sofrimento e as estratégias de mediação utilizadas pelos trabalhadores para redefinir e superar o sofrimento no trabalho. Essa abordagem apresenta-se como relevante referencial teórico no campo da saúde mental, no contexto de trabalho. Dejours (2008, p. 94) assinala que a análise psicodinâmica é um termo proveniente da teoria psicanalítica, que designa o estudo dos movimentos psico afetivos gerados pela evolução dos conflitos inter e intrassubjetivos.
Segundo Dejours, as contradições da relação entre capital e trabalho são os motivos que conduzem ao adoecer do trabalhador e ao sofrimento físico, psíquico e emocional. A dignidade humana, portanto, tem que ser o valor supremo no mundo do trabalho e para isso é necessário resistir e vencer as dificuldades do trabalho, mas nem todos conseguem, daí o adoecer, o sofrimento e o fracasso.
Na aula em que esse assunto foi abordado tivemos o privilégio de receber a psicologa, Cláudia Magnus, servidora do Hospital Psiquiátrico São Pedro que palestrou sobre seu estudo do Sofrimento no Trabalho. Ela deixou claro que o trabalhador não é uma máquina, e que portanto precisa interpretar as ordens e não apenas obedecer regras e normas. O perigo é a interpretação individual, que pode causar riscos à segurança, por isso deve haver este espaço para falar do trabalho e discutir as contradições entre a teoria e a prática. Só assim se chega a uma arbitragem sobre as deliberações e opiniões dos trabalhadores para adaptar a norma à experiência do trabalhador. Abaixo colocarei um vídeo onde a palestrante consegue explicar em poucos minutos o assunto de maneira resumida.


É essencial olharmos para os trabalhadores por outro ângulo, pela ótica da psicanálise, dar sentido as pequenas coisas, buscar compreensão do que talvez não é dito, mas sim aquilo que é captado de inconsciente para inconsciente.
“Trabalhar é sofrer resistências” e o trabalhador se engaja nos esforços, em toda sua subjetividade, e nos relacionamentos com os colegas, portanto, afirma Dejours, “falar ao colega é um modo de nos reapropriarmos de nossa inteligência”, pois somos seres relacionais, o outro constrói minha subjetividade, e tanto no amor como no trabalho a construção da identidade é através do reconhecimento. Entretanto, como evitar sofrimento do trabalhador e ao mesmo tempo manter as regras rígidas da organização do trabalho? Fica a reflexão...


Obs.: segue abaixo, para quem tiver interesse, o link com uma palestra completa da psicologa Cláudia Magnus.